
amor efémero de tristeza calçado,
luz tenebrosa de vil amargo destino vestida.
meu amor, onde andas?
onde pára a tua presença?
caminho e precorro as vielas em busca de ti,
surreal esperança de te encontrar,
descabida ansia de te amar.
vontade louca de te ter so para mim,
vontade louca de te beijar e lamber sem fim.
sou obsceno nos pensamentos
mas ao mesmo tempo sublimemente sensivel em sentir.
voz que canta esta musica,
cala-te para sempre!
fala normalmente, discursa como todos
porque so assim te entendem.
do entendimento fala o Homem desde sempre,
sem entender a fala da sua propria fala.
pobre ser anormalmente inacabado,
pobre alma que conhece o sentido do pecado.
triste ilusao de viver sem saber o que é estar vivo,
futil existencia tao rica em pobreza,
pobreza tao rica que tudo faz ter nenhum sentido.
escrevo esta alma desdinhada em versos
que nao têm qualquer valor,
limpo de mim qualquer menos bem sentir
tentando sempre vislumbrar o amor.
sim, esse estado que me parece nunca ter conhecido,
já nem sei bem se acredito que existe.
sou alma em quem ninguem repara,
desprovido de plenitude humana
considero-me criação rara.
sou fruto desta vida que experimentei
e sou resultado de tudo o que terei.
sou assim sem ter medo de mim,
sou alguem que livremente aguardará o fim.
sempre livre, sempre sonhador,
sempre surreal,
sempre desejando conhecer o amor.
1 comentário:
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