sexta-feira, 26 de janeiro de 2007




Anjo de Luz


Atento numa estrela que está a brilhar
Num céu escuro de negro enfarpelado.
Não entendo porquê.
Porque mais nada se vê?

Vejo, revejo sem cessar
E sem querer acreditar
Penso que o defeito é do meu olhar.
Serei assim tão pequeno
Que nada mais os meus olhos conseguem avistar?

Não pode haver uma resposta
Porque por mais elaborada que seja,
A essência da existência
Não existe ninguém que a veja.

A estrela que brilha é um anjo,
Um ser de luz alvamente vestido,
É algo que não entendo
Mas que sinto como um aviso.
Alerta-me que sentir profundamente
É para o ser humano um castigo,
Ao qual está sujeito
Numa guerra sem abrigo.

A arma que possuímos é o coração
E se o pintarmos de ilusão
Sustentamos a emoção,
Ao som de uma melodia serena
De mistério e de felicidade suprema,
Num vier sem razão,
Numa felicidade que se deseja eterna.



sexta-feira, 19 de janeiro de 2007





Penitência


Cabresto e penoso pecado
Que comigo caminhou lado a lado.

Penitência da maldade,
Transfiguraste o mal em bondade.

Cravaste doridas feridas na alma
Que te rejeitou sem dó nem calma.

Coragem de uma essência
Que me separou da indolência.

Caminhei de rua em rua
Para me combinar com a essência tua.

Olhos que no olhar se fixaram
Almas engrandecidas que a amar começaram.

Felicidade grande que me iluminou,
Pecado reles e nu que se matou.

Esperança linda vivida,
Que fez resistir minh’alma sofrida.

Sofrimento, do meu ser professor,
Ensinaste-me a compreender a dor.

Sentimento que me ofereces calor,
Sinto-me feliz por chamar-te amor.



quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Trezentos visitantes, trezentos amigos






Sinfonia da Vida


Vou versejar sem querer...
Sinto a onda de inspiração
Invadir-me o coração,
Sinto-me distante de querer morrer.

Deixo-me entrar num transe feliz
Onde reina a harmonia,
Permito-me sentir o amor
Que oiço como sendo uma sinfonia
Que me alimenta das pétalas à raiz.

Lindo poeta que és,
Desconsolado e fútil ser de uma dia
Que minha essência não queria.
Crê este espírito agora num sabor voluptuoso,
De mistério e magia vestido,
Que me faz desejar e viver
O amor verdadeiro sentido
e a descomunal alegria de me ter.

Ama-te assim...


quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Agradeço com simplicidade a todas as almas que por aqui têm passado. Voltem sempre e sejam felizes :-)






Aparências Perfiladas


Numa profunda heresia,
Senti o sofrimento macabro
Que uma alma trazia
Como que um cavalo alado.

Olhei para ela e que tristeza
Camuflada em tanta beleza.
Perfeição corpórea
Mas espírito doente.

De que vale parecer requintado ouro
Quando os pelos de determinadas mentes
São mais agrestes do que os de um touro?

Razão que apela à futilidade,
Que quase inconscientemente
Nos rouba a liberdade
De sermos autênticos enquanto gente.

Tempos que caminham talvez para a destruição,
Para o fosso do sofrimento
Onde se vive sem emoção.

Felizmente, existe quem encontre
Aquilo que a vulgaridade esconde,
Numa invejosa ostentação
Que nos apodrece o coração.

A luz de sermos poetas,
De encontrarmos a nossa alma,
Em lindas florestas
De felicidade e calma.

Cantemos em uníssono social
O refúgio verdadeiro
Que nos imune do mal.

Seremos felizes,
Fixaremos as nossas raízes,
Numa terra fértil e sólida
Onde reina um estado primaveril.

É lindo sentir a Vida!


sexta-feira, 5 de janeiro de 2007




Escrevo a Alma


Sem agentes exteriores
Que me alterem a consciência,
Entro num estado de dormência
Para escrever sem inteligência.

A minha alma passa para uma folha
Como um rasto,
Uma trilha traçada pelas ondas do mar.
Por vezes espelho o que sou
E sinto-me uma chama incandescente,
Ora sóbria, ora demente,
Que arde sem porquê.

O mar calado escuta com prazer
Estes meditados devaneios,
Estas projecções do meu ser.
Tenho somente três anseios
E quero estar longe de morrer.

Sentir, amar, contemplar,
Sentir-me assim como que num estado de luz.
Parece que tudo na vida me seduz
Porque sou um poeta do meu perfil,
E sendo assim que sorte vil
Que me faz carregar esta pesada cruz.


quarta-feira, 3 de janeiro de 2007





Afeição Sem Destino


Destino que não te conheço,
Tento sempre falar contigo,
Gostava de dizer-te que padeço,
Não sei porque não te preocupas comigo.

Mil vezes tentei falar-te,
Dual mil não me escutaste,
O que sentia tentei dizer-te,
Tu o meu ente ignoraste.

Abre-me no mínimo uma janela,
Mesmo que esta seja rude ou tosca,
Quero ser ciente da verdade bela,
Não quero ser como uma pérola numa ostra.

Para quê ser prisioneiro
E natural pseudo-ignorante,
Se creio conhecer o amor verdadeiro
E sou um eterno amante?

Amor de verdade, tu existes!
Ri continuamente do destino,
Mesmo sem o conheceres tu resistes.


segunda-feira, 1 de janeiro de 2007


Feliz Ano de 2007