
vento que sopras nas colinas da alma
traz-me de novo a quietude do ser,
devolve-me a paz que ja tive
antes de um grande amor perder.
mulher de loiros cabelos pintada,
feminina forma desenhada
a carvao colorido,
perfil asprosamente sumarento
por quem ainda hoje amor é sentido.
amazona da minha vida
que em mim cavalgaste sem pudor,
triste e sentida memória
que escreve a minha história
no meio da imensa dor.
sou de todos diferente,
ser pouco inteligente
que em palavras se derrete
como uma vela ardente
que se consome sob as notas
de uma musica que ninguem, mais ninguem entende.
valente guerreiro renasce em mim,
procura-me em cada recanto,
reconstroi o meu ser.
valente guerreiro faz-me orgulhoso de mim,
mesmo que nao consigas,
esperança-te até morrer.
obliqua realidade
recta de tristeza
e multiplicada de mal estar.
subtrais-me em felicidade,
somas e somas-te sempre desejosa de me matar.
nao sei se morrerei de ti,
nao sei se ja estou em mim perdido sem fim.
sei que és real porque quero
e é esse o meu maior desespero.
cruel realidade vivida sem porquê,
és quase tudo o que a minha alma vê.
estou numa cegueira existêncial,
nao consigo ver a minha estrada,
sinto caminhos distorcidos
espinhosamente esculpidos
de macabra crueldade real.
desejo nada e nada mais,
mais nada tenho para dar,
tenho mais e mais nada,
nao consigo parár de me consumir.
indigesto ser pobre que sou,
nem sequer me alimento do que nada sou.
1 comentário:
anónimamente te dou os meu parabéns, temos poeta...
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